quinta-feira, 31 de julho de 2008

Deixando o porto

E não houve frase alguma dita, nem uma explicação. Apenas o silêncio e o desprezo que a distância e o tempo vão tornando suportáveis.

Valores foram criados e um cimento de cumplicidade foi se solidificando com o passar dos anos. A confiança mútua e a fé em um futuro amalgamados foram infiltrando em suas vidas de forma resoluta e irretratável, de maneira que um era o porto seguro do outro. Um morreria pelo outro, um viveria pelo outro, um venceria pelo outro, sempre juntos... sempre.

Conheciam-se bem, de tal forma que um já sabia o que o outro diria apenas pelo olhar. Ás vezes não era preciso nem isso, somente um pensar e a química da alma transmitia o que o outro desejava. Pareciam perfeitos... criados um para o outro. Nada parecia poder separá-los: nem a distância, nem o tempo... nada. Não tinha jeito mesmo...

Mas um tomou o curso de seu destino em suas mãos deixando o outro no porto... e a dor mutilou aquilo que de perfeito seus corações haviam criado.

Agora resta o silêncio. Restam malditas lembranças que atormentam um e revigoram o outro.

Resta a distância, que separa um e sepulta o outro.

Resta a vida, que alimenta um e aniquila o outro.

Agora, só resta...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Momentos não voltam jamais

O silêncio imperava. Somente uma luz transcendente filtrava da clarabóia e iluminava o corpo sobre o mármore. Era a capela do hospital.

No dia anterior, tudo tinha transcorrido quase normal. A não ser uma homenagem a ser recebida em nome da firma na qual trabalhava, o resto havia sido o trivial, rotineiro.

Sua irmã havia ligado, perguntando se não iria visitar a mãe, que se encontrava na cidade já há mais de uma semana. Ele planejou ir à sua casa após o serviço, tomar um banho e ir visitar a mãe, antes de seguir para o salão e ser homenageado.

Passou para uma breve visita. Sua mãe estava ajoelhada junto à cama, lívida de dor, de uma osteoartrose que a incomodava. Mas estava, no mais, tudo bem. Em breve ela faria uma cirurgia e colocaria uma prótese no lugar da cabeça do fêmur, que transpassava-lhe as carnes como um punhal, uma vez que a artrose havia comido o osso e transformado-o em uma lança.

Daí a 2 dias ele a pegaria e a levaria de volta para sua cidade natal.

Ela visivelmente ficou encantada com a visita do filho. Apesar da dor inclemente que sentia na perna, ela o recebeu com alegria, pois o amava intensamente. Rapidamente, ele comentou que estaria recebendo um prêmio em nome da empresa naquela noite e logo após iria a uma festa concedida pela rede de comunicações que homenageava sua firma.

Sua mãe ficou encantada, com os olhos cintilantes de alegria e orgulho.

Ele despediu-se, dando-lhe um beijo no rosto e dizendo: até mais!

A festa foi normal, com bebidas requintadas e canapés de todos os gostos.

No dia seguinte, ao acordar meio ressaqueado, pensou que jamais havia dito à sua mãe que a amava e decidiu: bom, hoje faço-lhe outra visita e digo.

Na firma, sua irmã, logo pela manhã ligou dizendo que era urgente a presença dele junto à mãe. Na mesma hora ele pediu licença ao seu gerente e foi.

Chegando ao hospital, a equipe de médicos que haviam atendido sua mãe o recebeu e disse-lhe que ela acabara de falecer, o que o atingiu como um soco no estômago.

Ele pediu para ver o corpo e lhe foi dito que estava no necrotério da capela.

Chegando lá, a luz emoldurava a mortalha que envolvia o corpo. Descobriu o rosto e notou que os olhos estavam úmidos e semi-abertos, como a esperar por ele.

Nesse momento, a crueldade do tempo lhe soprou aos ouvidos a palavra que ele jamais havia dito à sua mãe e que não mais poderia fazê-lo: eu te amo!

O tempo é senhor de nossas vidas e não temos qualquer controle sobre ele, e muito dificilmente sobre nossas próprias vidas.

Não deixe que a passagem do tempo, a travessia do rio da vida ou o seu orgulho impeçam-lhe de dizer o quanto você ama alguém. Faça-o agora!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Finito e eterno

Perdem-se na distância do tempo, as lembranças...

O amor acaba? É uma pergunta para não se fazer aos apaixonados.

Como disse o Poetinha: ...que seja eterno enquanto dure... E o Poetão: ... posto que é chama...

Dir-se-ia que falavam da paixão. Daquele sentimento mais animal, reptiliano, que nos ferve a libido e nos torna semelhantes a qualquer criatura...

Mas, e o amor? A que distância está de nós?

Aquele sentimento que o Poetinha se referia, sim, aquele acaba, e permanece somente a lembrança, ou não.

Porém este, emanando do divino, eterno e perene persiste...

Como lapidar palavras deste parco vocabulário para definir algo assim... tão simples, belo e eterno?

Ah, como esgrimar nas letras um sentimento tão sublime e poder descrever sua brevidade ou eternidade?

Quando mais nada existir; os átomos bamboleando e fragmentando-se no extinguir, persistirá ele ainda ali, pois Quem o criou dele todo é substância, eterno.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O mais íntimo sentimento

Enquanto encaramos a realidade, tentamos enxergar detalhes que a vida nos oculta.

Um casal, por demais enamorado, viveu intensa e longamente, por anos, uma relação ardente, de confiança mútua e cumplicidade. Porém, o jovem, em um ímpeto não pensado, resolveu terminar abruptamente a relação, desalinhando as retas do futuro mútuo, deixando sua companheira da aventura chamada vida, sem norte.

Ele mesmo não tinha desculpas para seu ato, preferindo sufocar, como se esgana uma ave, o amor que a outra nutria por ele, desvencilhando das tentativas de sua amada de uma aproximação, imputando a ela a culpa pelo fracasso dele mesmo.

Os anos passaram, e a jovem mantinha acesa uma esperança de, pelo menos, voltar a vê-lo, conversar com seu amado, escutar sua verdade e razões, aliviar sua intensa dor. Porém, o rapaz mantinha-se impassível, estóico em sua decisão e acabou-se envolvendo com outra.

Sua amada morreu em vida.

Gerações se passaram, e, no entardecer da vida de ambos, veio ela primeiro a encontrar-se com seu destino. O agora ancião, tomou conhecimento do fato e, por fim, conseguiu exprimir palavras referindo-se à antiga relação: foi a mulher de minha vida! Sofri e ela sofreu! Mas permaneci fiel ao que decidi.

Desse frágil e pálido sonho que chamamos vida, sabemos que duas coisas são inevitáveis: a morte e o sofrimento.

A morte por ser a parcela que nos cabe, mas o sofrimento é o fruto de nossas próprias mãos e ações.

E ainda mais vil, o sofrimento, aquele imposto com decisões e atos praticados em favor de nossa suposta alegria e felicidade, que são efêmeros momentos, em detrimento de uma vida de outrem de amargura, desprezo, ressentimento e lágrimas, do que não nos importamos e nem queremos tomar conhecimento.

Assim, na mais solitária das horas, olhando-nos no espelho, nos enxergamos ordinários demônios de nós mesmos, criadores do sofrimento alheio.

Mas, nos braços de Morfeu, o sonho continua...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Desculpa como arte

Errar todos erramos! Porém esquivar-se do erro é algo notório e inerente ao ser humano.

Quando tive a oportunidade de fazer um estágio na delegacia de polícia de minha cidade, como complemento ao meu curso de Direito, tive a oportunidade de rever os processos de todos os presos, apenados ou não.

Uma coisa que me chamou bastante a atenção foi que, de todos os 26 processos que revi, que versavam desde homicídio até furto, passando por tentativa de homicídio, latrocínio a porte de drogas, somente em um dos processos o indivíduo apenado reconheceu seu erro e aparentava estar amargamente arrependido.

Os demais sempre tinham uma desculpa lacônica para seu delito: ou havia sido legítima defesa, ou a arma havia disparado acidentalmente, ou a droga havia sido implantada, ou não se recordavam do delito claramente. Cheguei a comentar com o delegado de que todos poderiam ser soltos, pois aos seus próprios olhos, todos eram inocentes, a não ser aquele que reconhecia seu erro e estava profundamente entristecido com seu ato insano.

Alguns caminhões trazem a seguinte frase: Errar é humano, colocar a culpa em outro é estratégico!

Me faz lembrar o caso do Adão bíblico que insinuou que a culpa por ter cometido um erro havia sido de Deus, que havia dado a mulher a ele. E esta, Eva, culpou à serpente.

Errar, sim, é humano. Agora, reconhecer o erro, são outros quinhentos.

Há uma força moral e ética em reconhecer nossas falhas, mas atualmente quem é ético e moral? Exigimos essas qualidades dos outros, mas que não as venham procurar em nós.

Quando agimos desastrosamente contra princípios e valores que nos são caros, sempre nos distanciamos dos erros, imputando às circunstâncias a necessidade de se ter agido de tal forma, mesmo que tal necessidade seja absurda, descabida.

De forma que passamos o tempo mais ocupados em atuar, encobrindo nossos erros, do que evitando comete-los.

Das virtudes que enaltecem o ser humano, reconhecer os próprios erros é uma das mais difíceis de ser praticada. Uma outra, semelhante a esta, é pedir desculpa.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Disparando a flecha

A flecha segue incólume desconhecendo os ventos diáfanos que lhe opõem o caminho, entrincheirando-se cruelmente no alvo que lhe foi concedido. Me ensinaram que três coisas jamais voltavam atrás: sentença proferida, flecha atirada e palavra dita. No caminho sinuoso da vida acabei por descobrir que dessas três verdades, a mais cruel era a palavra, pois da sentença recorre-se e da flecha se esquiva, mas a palavra sempre atinge seu objetivo. Descobri que após dizer algo, mentir, ferir, difamar, caçoar, escarnecer, ou qualquer um dos impropérios vocálicos que nós humanos aprendemos com a vida e todas as imprecações verborrágicas que adquirimos, não há nada dito, feito, vivido, corrigido que possa tornar atrás as implicações que a palavra produz, todas as feridas que abre e todas as maldades que expõe. Por mais que nos desculpemos e demonstremos nossa constrição e arrependimento, nada apaga ou ameniza o estrago que uma palavra mal colocada ou impropério colocado de forma errada faz. Carrego em meus ombros muitos pesares e erros que cometi. Todos os vacilos que foram se acumulando nessa parca e insólita vida que me foi concedida. Mas de todos os pecados que cometi e me arrependi, o que mais atrozmente me dilacera e atormenta são as palavras que falei inadequadamente, pois saíram de dentro de mim, de meu coração e atingiram pessoas que amava. Se me fosse concedido voltar atrás em qualquer coisa que eu desejasse, desfazendo assim erros cometidos, escolheria voltar atrás as palavras que disse equivocadamente, amenizando meu fardo de sofrimento. As palavras têm poder. Seus efeitos duram a eternidade e nos confrontam no infinito. Gostaria de ter nascido mudo a ter pronunciado algumas das mais infames palavras que minha língua desditosa produziu. No seguir desse caminho sinuoso, espero controlar com mais cuidado esse aguilhão que espreita minha boca, e silenciar seu veneno, que atinge o alvo dos corações que mais amo.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Para além do rio

O mais solitário momento é quando partimos, transpomos os umbrais da vida, atravessamos o rio, nos deleitamos nos braços de Tânatos, morremos.

Nessa hora, tudo não mais nos importa, todos os valores se esvaem, todas as crenças se encontram.

E a angústia do último suspiro, do agarrar àquilo que nunca nos pertenceu, de desejar um instante mais o pouco do sofrimento que nos foi concedido.

Sim, a morte nos nivela, nos iguala. É a democracia mais perfeita, onde todos somos iguais... dela ninguém escapa.

E passamos nossas vidas tentando esquecê-la, ou melhor, não querendo lembrar dela.

Mas por fatídica que seja, o relógio de todos correm e sempre nos alcança.

E sobra, no arfar da angústia, uma vela lúgubre, um último olhar daqui para lá, sem volta e sem retorno: a esperança!!!

Borges, para mim o melhor escritor argentino, disse que “a esperança é o mais sórdido dos sentimentos”, talvez por ter morrido cego, de câncer. Talvez por um apego exacerbado à sua mãe Leonor (complexo de Édipo?), talvez por sua plena descrença em uma seita ritualística como o catolicismo romano na Argentina.

Sinto dizer, Borges, mas você está completamente enganado, pois do pálido olhar que nos espreita atrás do umbral, ressoa tenaz a esperança, e dela, jamais declinaremos.

Abaixo, um texto de Borges aos jovens.

INSTANTES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida, claro que tive momentos de alegria.

Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas já viram, tenho oitenta e cinco anos e sei que estou morrendo.

(Jorge Luís Borges)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

De segredos e coração

Os segredos de nosso coração... como nos são caros. São ternos, são amáveis e são cruéis. Como o chão nos falta e nossos pulmões não se enchem...!!

Ah, nossos segredos...!!

Das lágrimas derramadas, enxugadas no travesseiro e nossos soluços ali abafados. Só o sussurrar dos anjos nos acalentando e promessas de alegrias à frente... mas a angústia da espera, como nos corrói! Como torna amargo nosso paladar, tristes nossos olhos. Nos esvaímos em esperanças dúbias e inalcançáveis aos nossos olhos. Envelhecemos...

Ah, nossos segredos...!! Malditos sejam? Não! Benditos, pois só os vivos os têm e só os verdadeiros amigos podem compartilhá-los!

E tem quem nos ama, desesperadamente. No soluço de nosso medo, no desespero de nosso vazio, na dor de nossa angústia e no sofrer do desprezo que nos fazem passar.

Que os anjos nos cerquem e Deus ilumine nossos pés, para que não vacilem na hora de nossa vitória.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Amor sem fim

Sabe quando uma pessoa se torna especial em nossas vidas? Quando não esquecemos nem um dia sequer dela. Para falar a verdade, acordamos pensando nela; passamos o dia pensando nela; deitamos pensando nela e sonhamos com ela. Essa pessoa tem que ser muito especial mesmo!! Tem que nos transparecer confiança, cumplicidade, amizade extrema, intimidade única, responsabilidade. São pessoas às quais confiamos nossos mais íntimos segredos; compartilhamos nossos mais secretos sonhos; choramos nossas mais amargas lágrimas e vivemos nossos mais intensos momentos (todos eles!). São pessoas que não precisam nos pedir desculpas por algum deslize, pois os créditos dela são infinitos. São pessoas pelas quais nós não daríamos a mão, mas todo o corpo. Nos jogaríamos na frente da bala, só para salvá-la. Um homem acreditou que a minha amizade por ele fosse assim tão intensa e profunda. Quando me vi em uma enrascada, pois descumpri tudo quanto foi lei, na qual fui condenado à morte por um tribunal rigoroso porém justo, ELE nem pestanejou em morrer em meu lugar! Foi quietinho para a morte! Vi isso tudo de perto e hoje compreendo o profundo amor que ELE tem por mim. Ah, o nome dEle: Jesus

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Caminho do meio

Nós hoje nos satisfazemos em ter aquilo que nos agrada e desejamos. Tornamos objeto de felicidade àquilo que desejamos, e quando o possuímos, já buscamos outra coisa para nos satisfazer. Somos viciados em felicidade, pensando assim estarmos tornando nossas vidas melhores. Esse é um pensamento antigo, que está voltando, pois Epicuro (300 a.c.) ensinava a mesma coisa em Atenas. Hoje nós somos por demais epicuristas (consumistas) e não sabemos... É o consumo como ferramenta de felicidade. Mas Zenão, à mesma época, ensina que devíamos suportar também as infelicidades, pois nos eram inevitáveis: deveríamos nos tornar estóico (fortes como os pórticos), pois nos ensinava que da vida somente duas coisas eram certas: o sofrimento e a morte. Esse pensamento de Zenão está em desuso em nossa sociedade, apesar de nós vermos diariamente que o profundo sofrimento acontece no dia-a-dia de todos: jovens mortos em acidente de trânsito, assaltante que mata por R$10, político que se corrompe, mãe que joga filho pela janela, ou seja, tanto Zenão quanto Epicuro estão presentes na nossa vida hoje, e infelizmente só conseguimos enxergar o que Epicuro pregava. Mas o caminho não é esse... E qual é o caminho? Ser um devasso? Somente à busca de seu próprio prazer, vivendo a Lei imperiosa de Gérson (o importante é "se dar bem" em tudo!). Ou ser um asceta, excluindo a convivência com o mundo dos prazeres e refreando nossos desejos à busca do prazer? Deus nos deu dois olhos para tudo observarmos, duas orelhas para bem escutarmos, dois braços e pernas para trabalharmos e locomovermos... mas deu somente uma boca, para podermos mais escutar do que falar e um só coração para tanto ser prazeroso e feliz quanto suportar a dor e o sofrimento. Sidharta, a 2.600 anos, falava sobre o caminho do meio, no qual precisávamos achar o equilíbrio entre os dois opostos. Jesus nos abriu a porta para a compreensão desse caminho através dEle. Deus nos deu o caminho do meio... Boa reflexão e ótima semana.

sábado, 5 de julho de 2008

Vendo um pouco mais além

Como enxergar a alma de uma pessoa? Com os olhos? Com o coração? Com o sentimento? Não! Com sua própria alma! Se faz isso através de carinhos, conversas, afagos, dizeres, segredos, choro, sorriso, cumplicidade. Se faz isso com a vida! E a vida nada mais é do que a convivência com outras almas distintas e semelhantes ao mesmo tempo, que aos nossos olhos humanos nos parecem somente isso: seres humanos! Mas quem pode enxergar com a alma vê muito além: enxerga o âmago das pessoas. Seus prazeres, seus segredos, seu amargor, sua tristeza, sua alegria, suas virtudes e seus defeitos - a cor de sua vida! Vamos então começar a enxergar a alma das pessoas, viver essa interação, pois não tarda e deixaremos de ser seres humanos e seremos somente alma. Um dia li que o paraíso não é um lugar nem um tempo, talvez porque não signifiquem nada. O paraíso é ser perfeito! Espero ter feito seu dia um pouco mais feliz. *Op. Cit.: Fernão Capelo Gaivota – Richard Bach (Quem quiser esse e-book pode baixar do site gropius.org/ebooks/capelogaivota.pdf)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

De obstáculos e amigos

Quando caminhamos, seguimos olhando o horizonte, às vezes temerosos, às vezes temerariamente. E continuamos a passos largos, rumo a um desconhecido, em direção a algum desafio, qualquer coisa que se torne um obstáculo e que possa ser transposto. Quem nos leva a esses caminhos, a esses desafios? Quem nos faz alcançar horizontes e destroçar obstáculos? Quem nos leva a caminhar? Nossos pés... sim, nossos pés. A parte mais negligenciada de nosso corpo. E são eles que nos levam adiante, que nos sustentam. São eles que nos transportam aos nossos sonhos, aos nossos objetivos. Nossos pés... que vez por outra merecem uma esfregadela, um cremezinho. Mas nada de muito especial. Nem pensamos neles quando tomamos banho. É só uma lavadinha e tchau...!Assim são nossos amigos que se tornam parte de nossas vidas e não percebemos o quanto eles nos levam adiante, nos incentivam e nos cativam. E que tempo temos para eles? Só uma esfregadela, um cremezinho... poucas lembranças!Mas existem aqueles que não nos fazem ir à frente, que não nos fazem enfrentar obstáculos, que não nos levam a enfrentar desafios. Esses são os amigos que nos carregam no colo, que enfrentam os desafios por nós, que transpõem conosco os obstáculos e nos colocam lá na frente. E sabe qual a recompensa que esperam: uma esfregadela, um cremezinho... esses são os amigos verdadeiros, que nos sustentam e amparam, que nos faz vencer e não esperam nada em troca.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Decisões indefinidas

Indefinições são inerentes a nós humanos. O bom que demonstra sua não impulsividade... isso é coisa para lesos. Reflete maturidade, bom senso, equilíbrio e ponderação. Mas seria tão bom se alguém decidisse por nós, não? Se assim fosse, não precisaríamos existir. Nossas decisões nos tornam o que somos. Nosso caráter é formado por nossas ações e nossas fraquezas aparecem com nossas inseguranças... ponderar é preciso. Medir o que se ganha e o que se abre mão. Agindo assim, devagar, começamos a conhecer a nós mesmos. Dessa maneira podemos nos enxergar no espelho da vida e vermos como somos: anjos imperfeitos flutuando em um mar de luz... buscando a perfeição.
Haja sempre conforme seu coração e nunca conforme seus desejos... Deixe seu coração falar. Escute-o. Carllos Ricci