segunda-feira, 7 de julho de 2008

Caminho do meio

Nós hoje nos satisfazemos em ter aquilo que nos agrada e desejamos. Tornamos objeto de felicidade àquilo que desejamos, e quando o possuímos, já buscamos outra coisa para nos satisfazer. Somos viciados em felicidade, pensando assim estarmos tornando nossas vidas melhores. Esse é um pensamento antigo, que está voltando, pois Epicuro (300 a.c.) ensinava a mesma coisa em Atenas. Hoje nós somos por demais epicuristas (consumistas) e não sabemos... É o consumo como ferramenta de felicidade. Mas Zenão, à mesma época, ensina que devíamos suportar também as infelicidades, pois nos eram inevitáveis: deveríamos nos tornar estóico (fortes como os pórticos), pois nos ensinava que da vida somente duas coisas eram certas: o sofrimento e a morte. Esse pensamento de Zenão está em desuso em nossa sociedade, apesar de nós vermos diariamente que o profundo sofrimento acontece no dia-a-dia de todos: jovens mortos em acidente de trânsito, assaltante que mata por R$10, político que se corrompe, mãe que joga filho pela janela, ou seja, tanto Zenão quanto Epicuro estão presentes na nossa vida hoje, e infelizmente só conseguimos enxergar o que Epicuro pregava. Mas o caminho não é esse... E qual é o caminho? Ser um devasso? Somente à busca de seu próprio prazer, vivendo a Lei imperiosa de Gérson (o importante é "se dar bem" em tudo!). Ou ser um asceta, excluindo a convivência com o mundo dos prazeres e refreando nossos desejos à busca do prazer? Deus nos deu dois olhos para tudo observarmos, duas orelhas para bem escutarmos, dois braços e pernas para trabalharmos e locomovermos... mas deu somente uma boca, para podermos mais escutar do que falar e um só coração para tanto ser prazeroso e feliz quanto suportar a dor e o sofrimento. Sidharta, a 2.600 anos, falava sobre o caminho do meio, no qual precisávamos achar o equilíbrio entre os dois opostos. Jesus nos abriu a porta para a compreensão desse caminho através dEle. Deus nos deu o caminho do meio... Boa reflexão e ótima semana.

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